segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Arnaldo Jabor e a Infelicidade Suprema

Este blog deveria ser apenas sobre o "Tio Rei", mas o infeliz não está sozinho... E, além do mais, não há o que dizer de Reinaldo Azevedo (meu médico mandou evitar ambientes contaminados e emoções fortes).

Então, tratemos do outro:

Infelicidade Suprema

Arnaldo Jabor escreveu algo assim no jornaleco dos Mesquita:

"Meu filme A Suprema Felicidade está sendo aplaudido em cinemas cheios. Pensei: "Oba! O filme é legal; estão gostando!" Uma espectadora me escreveu: "Saí do cinema lotado de pessoas que aplaudiam. Parecia que uma seca tinha acabado. Os que se falavam depois do filme, brindavam com olhos úmidos e a alma encharcada na alegria da dor comum a todos, serenamente revelada."
Fiquei feliz com o email, mas logo vi que estava errado... Descobri que sou um mero "mané" que se ilude. São outros os que sabem a verdade. Os críticos da Folha e da Vejinha decretaram que o filme não merece nem uma análise; apenas frases de pichação, breves xingamentos. Eles são taxativos e cruéis como ativos militantes de novas patrulhas "contemporâneas": "Ele não é mais cineasta" ou "a narração é que estraga..." ou ainda "muitos temas, sem foco" e ainda "acaba de repente". Só isso?

É. O filme tem críticas ótimas com bonequinho batendo palma no O Globo e quatro estrelas no Estadão, mas, na minha trêmula insegurança, só penso nos quatro que trataram o filme como um objeto descartável, um lixo ridículo. E mais: criticam-me mais que o filme. Por que essa raiva? Por quê? Será que eles estão certos? Será que as 180 mil pessoas que já assistiram ao filme em 13 dias, e que fazem a renda crescer no cinema com um boca a boca fervoroso, são um bando de idiotas?"

O cara faz que faz estas perguntas merece resposta?

"Eis que, de repente, aquele sujeito que fala na TV, escreve em 20 jornais, fala no rádio há 15 anos, resolveu fazer seu nono filme."

Eu diria que Arnaldo Jabor é a síntese do "trololó" reacionário e do "nhenhenhem" neoliberal, com a espumante verborragia de um frustrado e autoproclamado defensor da "zelite". Arnaldo Jabor faz as perguntas e tem as respostas na ponta da língua: Quem o vê, ouve e lê é realmente o tal "bando de idiotas" que odeia tudo o que Lula representou: Negros e pobres em universidades, shoppings, cinemas, automóveis e - pasmem - aviões!

Jabor é de uma grandeza minúscula, disputando o espaço do limitado front com Azevedo, Cantanhêde, Mainardi e Augusto Nunes. É a suma expressão do ódio "classista" daqueles que "se achavam" e ainda "se acham" formadores de opinião.

E é claro, terá seguidores. Toda manada precisa de um líder, ainda que nenhum deles saiba exatamente o porquê do estouro e em que direção correm alucinadamente. O precipício está logo adiante, mas Jabor adora sentir o vento nos cornos e nas narinas dilatadas pela adrenalina da fuga...

Fugir do quê e para onde? Não faz ideia, mas sabe que seus 180 mil seguidores lhe dão a certeza de que está no rumo certo... A isto ele talvez chame de "Felicidade Suprema". Eu penso que seu choro é livre expressão da Suprema Infelicidade.

Pobre Jabor e sua manada.

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